César Aira | Como Me Tornei Monja
"A minha má vontade não era deliberada. Era apenas má vontade... da mais primitiva, uma coisa que se tinha apoderado de mim como a evolução se apodera de uma espécie. Tornara-me sua presa durante a doença, ou talvez um pouco antes, porque eu não era assim normalmente. Pelo contrário, se alguma coisa me caracterizava era o meu espírito de colaboração. Esse homem, o médico, era uma espécie de hipnotizador que me transformava. O pior era que me transformava, deixando intacta a consciência da minha má vontade."
"A atitude em relação a mim tinha sempre por pano de fundo «Desta vez foste demasiado longe». Nunca era, «Voltaste de demasiado longe», seguramente porque daí não se voltava.
"Ninguém pode viver sem uma história, mas geralmente costuma haver uma história que torna completamente impossível continuar a viver."
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