Jacques Bonnet | Bibliotecas Cheias de Fantasmas


"Curiosamente, a fonte de informação infinita que é a Internet não tem o mesmo estatuto mágico que atribuo à minha biblioteca. Estou à frente do meu computador, através do qual posso aceder a todas as informações possíveis e imagináveis, ainda mais dominador do tempo e do espaço, e no entanto falta-lhe qualquer coisa de "divino". Talvez seja uma questão carnal: faço isto com a ponta dos dedos, uma coisa que permanece exterior, uma coisa que passa por uma máquina e um ecrã. Não tem nada que ver com uma sala coberta de livros que eu conheço quase de cor. De um lado, tenho a impressão de estar aos comandos de um fabuloso braço articulado, capaz dos melhores desempenhos no vazio sideral. Do outro, sinto-me num útero com paredes revestidas de prateleiras, cujo arquétipo romanesco poderia ser o Nautilus. Como se vê, esta não é apenas uma questão de racionalidade."

Comentários

fallorca disse…
Combinámos as leituras? Ahah
imo disse…
Talvez o mesmo comprimento de onda :)
fallorca disse…
Então que seja uma boa onda
rosa disse…
Fiquei com vontade de ler mais.
imo disse…
"escolhe-se um livro como se escolhe um amigo."
Anónimo disse…
tambem ja li, soube a pouco...
imo disse…
Percebo, a mim também me soube a pouco :) Tive de me saciar com as referências que ia encontrando no livro.
Bem-vindo, anónimo.