Jacques Bonnet | Bibliotecas Cheias de Fantasmas
"Curiosamente, a fonte de informação infinita que é a Internet não tem o mesmo estatuto mágico que atribuo à minha biblioteca. Estou à frente do meu computador, através do qual posso aceder a todas as informações possíveis e imagináveis, ainda mais dominador do tempo e do espaço, e no entanto falta-lhe qualquer coisa de "divino". Talvez seja uma questão carnal: faço isto com a ponta dos dedos, uma coisa que permanece exterior, uma coisa que passa por uma máquina e um ecrã. Não tem nada que ver com uma sala coberta de livros que eu conheço quase de cor. De um lado, tenho a impressão de estar aos comandos de um fabuloso braço articulado, capaz dos melhores desempenhos no vazio sideral. Do outro, sinto-me num útero com paredes revestidas de prateleiras, cujo arquétipo romanesco poderia ser o Nautilus. Como se vê, esta não é apenas uma questão de racionalidade."
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