Roland Barthes | Diário de Luto



"Sinto-me sempre (e dolorosamente) espantado por poder - afinal - viver com o meu desgosto, o que quer dizer que ele é à letra suportável. Mas - sem dúvida - é porque posso, melhor ou pior (quer dizer, com o sentimento de não conseguir), falá-lo, fraseá-lo. A minha cultura, o meu gosto pela escrita dá-me este poder apotropaico, ou de integração, através da linguagem.
O meu desgosto é inexprimível, mas apesar de tudo dizível. O próprio facto de a linguagem me fornecer a palavra "intolerável" realiza imediatamente uma certa tolerância."

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